Oeste da Cidade
Dom Out 10, 2021 2:48 am
- Galahad
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Re: Oeste da Cidade
Qua Mar 02, 2022 3:49 am
Após acordarem e tomarem café da manhã, Galahad e seus amigos pegaram uma nova missão. Novamente, uma mais complicada. O objetivo era subir o mais rápido possível de ranking como aventureiros, logo fazer missões de resgatar gatos presos em árvores não serviria. E Yone, que decidiu ser mais meticuloso com o que pegariam para cumprir, acho uma missão perfeita para eles (ao menos para ele). Um Mahr estava atormentando a casa de uma família nobre, e como queriam que a situação fosse resolvida o mais rápido o possível, deixaram que aventureiros de todos os ranks participassem.
-Finalmente uma missão digna de minha presença. - Falou o drow, montado em sua égua.
-Espero que não seja uma mansão cheia de espíritos malignos... - Asdis disse se lembrando de como eles podem ser aterrorizantes.
-Não será, eu garanto. - Galahad se pronunciou. - Embora lidar com Mahrs seja bem irritante... Mas conseguiremos como na última missão.
-E poderemos passar a noite em um lugar agradável. Ao contrário da espelunca que é essa guilda.
-Não é tão ruim assim... - O líder do grupinho apaziguou antes que Asdis pudesse retrucar. - Tem lugares bem piores.
-Realmente... Esse lado da cidade é bem bonito... - A garota comentou descolada da realidade. - Olha! Uma loja de doces! Eu quero!
-Espera! Não temos... - Ela saiu em disparada antes que Galahad pudesse terminar de falar. - ... tanto dinheiro...
O rapaz olhou para o lado, para falar com Yone, mas ele e Relíquia estavam sumidos. O drow também se descolou do grupo.
-Veja, Galahad! Uma pâtisserie! Finalmente vou poder comer algo bom! - E rapidamente o achou.
Ele se aproximou do drow, que estava irritado por estar sem seus fundos e o dinheiro que ganharam ser muito pouco.
-Sabe... Isso não me parece difícil de fazer. Se conseguir os ingredientes, eu posso fazer eu mesmo. - Disse analisando a comida.
Uma risada repleta de escárnio surgiu ao lado deles, e quando se viraram, notaram um homem gordo com chapéu de chefe os olhando.
-Um pobre como você?! Jamais conseguiria fazer um doce tão artístico e delicado quanto um desses.
O mais baixo revirou os olhos. Quando ele se virou para sair, mordendo seu lábio para não brigar com o homem, a sombra de um homem de 2,05 metros com orelhas pontudas se projetou sobre ele e o chefe.
-Eu posso apostar que ele tem uma habilidade muito maior que a de um plebeu como você, chefe roliço! - Yone agrediu verbalmente o homem, que ao notar que mexeu com um drow, fugiu para dentro do estabelecimento.
Logo, os dois voltaram a andar, mas dessa vez Yone não estava montado em Relíquia. Galahad era alto, por volta dos 1,80, mas por ser um elfo, Yone era naturalmente mais alto que ele.
-Sabe, não precisava ficar brabo daquele jeito...
-E-Eu vi que você queria agredir ele, então levantei meu tom de voz para afugenta-lo. - Ele não queria o que realmente sentia ali, então Galahad apenas ignorou.
-Bem, eu acho que a Asdis vai ter gasto todo nosso dinheiro, de qualquer forma... E depois vai dizer que não se ligou, e não vai ter guardado nada para nós. - Ele soltou um suspiro longo e cansado, se irritando antecipadamente.
-Ei, Galahad... - Ele puxou a manga da camisa do rapaz. - O que é aquilo?
O líder do grupinho virou para Yone, que apontava para o céu. Ele estava com os olhos apertados para ver melhor, e Galahad fez o mesmo.
-É uma pedra?
-Não, talvez uma mala que caiu de algum zepelim?
-Na verdade... Isso me parece uma... pessoa?
Galahad estava certo. Era uma pessoa. A sombra era grande, pois era uma roupa enorme. Quanto mais se aproximava, conseguiram notar que o que estava caindo era uma mulher, e a roupa enorme era seu vestido. E antes que ele e Yone pudessem ter reação, a mulher caiu, atingindo sua virilha no rosto do drow, o derrubando no chão.
-N-N-Não fala nada...! - Gritou para ele, com o rosto completamente vermelho. Yone não o via, mas via sua calcinha rosa chiclete.
-Por quê? - Ele odiava receber ordens.
-Só cala a bo-bo-boca! - Seu rosto ficou ainda mais vermelho, e Galahad notou o que estava acontecendo.
-Você não manda em mim! - Mas Yone não.
-C-C-Calado, plebeu! - Gritou com seu rosto parecendo um pimentão.
-Não me chame assim! Não me ofenda desse jeito, mulher que caiu do céu! - Encheu a garota de palavras.
-Hmmmmmmmmmm!
Eu deveria fingir que não conheço eles...?
- Yenica Azrael
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Re: Oeste da Cidade
Ter Mar 08, 2022 1:03 am
O dia para uma das damas mais nobres do império tinha apenas começado, quando ela decidiu que queria fazer algo diferente no dia de hoje. Yenica Azrael queria visitar a biblioteca que lhe pertencia, entretanto, a estrutura de quatro andares não se encontrava na mansão em que vivia e sim, no outro lado da cidade. Não queria ter que chamar alguém para lhe acompanhar, afinal, seria seguida por no mínimo um esquadrão de cavaleiros e por pelo menos três empregadas.
"Pelo visto, há apenas um jeito…"
Ela deveria saber que a ideia que teve não iria dar certo, pois tinha apenas metade do que realmente precisava para locomover livremente por aí. Quando a jovem se deu conta, estava em queda livre e sem nada para lhe aparar. Yenica não se preocupou, saberia que não iria morrer ao entrar em contato com o solo e que no máximo iria sair um pouco machucada, mas não esperava que justamente "aquilo" iria acontecer.
— N-N-Não fala nada...! — gritou para ele, com o rosto completamente vermelho, algo totalmente fora de Yenica Azrael!
— Por quê?
Não sabia quem ele era, mas a vontade que tinha de o matar crescia cada vez mais.
— Só cala a bo-bo-boca! — Sua face ficou ainda mais vermelha, combinando com seu cabelo rosado.
— Você não manda em mim!
— C-C-Calado, plebeu! — gritou mais ainda, com certo desespero, entretanto…
— Não me chame assim! Não me ofenda desse jeito, mulher que caiu do céu! — O homem lhe encheu de palavras, ignorando totalmente o que ela pedia, ou melhor, ordenava.
— Hmmmmmmmmmm!
A Azrael queria o matar, certamente iria o matar! Ela só precisaria reunir forças para isso, mas suas pernas ficaram bambas e no momento não poderia nem se levantar, contudo, sua salvação chegou segundos depois, acompanhada dos sussurros dos plebeus e também nobres, que se afastaram ao virem o brasão da família ducal naquelas armaduras de aço.
— Senhorita Yenica! — Um dos soldados a tirou de cima do homem tagarela.
A nobre agradeceu mentalmente pela ajuda que recebeu e antes de sair completamente de cima daquele ser, ela fez questão de chutar a cara dele com sua bota de couro, a qual jogaria fora minutos depois. Quando ficou em pé quando a ajuda do cavaleiro, a expressão constrangedora que tinha minutos atrás e até mesmo as lágrimas que tinham aparecido no canto de seus olhos sumiram completamente, dando lugar para um olhar frio e desgostoso.
— Plebeu imundo, como ousa tocar-me?! — exclamou ela, pegando sapatos novos da empregada que apareceu ao seu lado.
— Como você me chamou…
O barulho das lanças bloqueando o caminho do drow - que se levantava - e de Yenica, cortaram-o no meio de sua fala, o que pareceu o irritar bastante. Ele estava prestes a gritar quando outro homem que estava presente no local, também tentou dizer algo.
— Acalme-se, tudo isso não passa de um mal…
— Silêncio! A senhorita Yenica não deu permissão para nenhum de vocês falar! — gritou um dos soldados.
— Mas ela acabou de fazer uma pergu…
— Silêncio!
O homem de olhos esverdeados desistiu de tentar dizer algo, então ficou por fim calado. Enquanto a dama olhava-o com certo desprezo.
— Segurem-os — ordenou ela.
Como ordenado, os soldados seguraram ambos pelos braços, causando um certo tumulto onde eles estavam, fazendo um círculo ao redor deles.
— E-Espere! A Astoria…!
— Galahad! Yone! — A garota os chamou, sendo carregada pelos braços e com a boca suja de açúcar, provavelmente estava comendo algum doce. — O que está acontecendo?!
— Me soltem! Vocês podem me passar alguma doença! Pobres!
— O que faremos agora, senhorita? — indagou a empregada que tinha acabado de colocar uma manta sobre a dama.
— Agora… — Yenica afastou do rosto o pano que usava para não sentir aqueles terrível odor que era o de plebeus, então sorriu, mas de um jeito que parecia um tanto assustador. — Os levem para a casa Azrael! Onde eu pessoalmente irei ensiná-los bons modos!
Ela não deixaria barato pela "humilhação" que passou, portanto, faria questão de puni-los! Mesmo sendo apenas uma daquelas pessoas que realmente a fez "mal". Os três foram colocados dentro de uma carruagem, enquanto a dama iria em outra junto de algumas empregadas, logo partiram para a mansão Azrael, acompanhados por vários soldados.
- Asdis
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Re: Oeste da Cidade
Dom Mar 13, 2022 9:29 pm
Além de estar com a boca cheia de doces e em uma carruagem considerada feia e com péssimas condições de limpeza, estava rodeada de gatos. Não eram simples gatos, e sim espíritos de gatos. Existiam gatos de todos os tipos de variedades que podiam imaginar. Gatos gordos, magros, fofos, bravos, idosos, filhotes, ruivos e etc.
--- Não acredito que aquela desgraçada fez isso. Merda, falei palavrão... Cacet-
Ainda com a boca melada por conta dos doces, rapidamente se cala para não falar mais palavrões. Asdis não gostava de falar aquele tipo de palavreado, pois a deixava deveras envergonhada.
--- Me perdoem a minha falta de educação. Eu juro que não foi por mal!
Se castigando, começa a dar vários murros em sua cabeça enquanto repetia várias vezes que era uma idiota sem educação, o que era mentira, pelo menos a parte de ser sem educação.
Ainda rodeada pelos gatos, a garota estava suando frio e nervosa por conta de toda aquela situação com os palavrões, até que os gatos, aos poucos, estava deixando a garota mais tranquila. Mais calma, começa a pensar em um plano para sair de toda aquela situação.
--- Se vocês quiserem, eu posso cantar algo para deixar esses guardas distraídos.
Sugere, alisando um gato gordo e ruivo, que na verdade não era ruivo e sim tinha o pelo alaranjado. Como não sabia a raça do gato, Asdis chamava a raça dos gatos alaranjados de ruivos.
--- Bom, é a única coisa que eu posso fazer já que comi todos os doces e roubei um cidadão. Em minha defesa, ele mereceu por ser arrogante e furar a vez na fila, ok? Eu roubei mesmo e roubaria novamente!
Cruza os braços, com o gato em seu colo.
--- Bom, alguém tem algum plano para matarmos a va... Vaca?
Pergunta, poia estava deveras emburrada. Gostava de ser uma pata livre, não uma pata na gaiola.
- Yone
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Re: Oeste da Cidade
Ter Mar 15, 2022 4:54 pm
Yone acabara de se recuperar do pesadelo que teve noite passada, e já começou o dia “muito bem”.
Uma mulher misteriosa simplesmente havia caído do céu em cima do coitado do Drow, e ele acabou tendo uma visão que muitos considerariam privilegiada, mas Yone não se importava muito praquilo, ao menos não naquele momento.
A mulher parecia claramente preocupada com o fato do Drow estar debaixo dela, Yone apenas revirou os seus olhos por baixo da saia dela, não é como se ele estivesse tendo aquela visão porque queria, então não via motivos pra tanto escarcéu. Mas sua raiva começou a subir quando a mulher misteriosa teve a, ao menos o que Yone considerava, petulância de mandar ele fazer alguma coisa. “Ora essa! Ninguém manda em Yone Scarth VIII!” Pensou ele, porém, sua resposta áspera apenas piorou a situação, pois como se já não bastasse ter recebido ordens de uma desconhecida qualquer, ainda por cima ela o insultou de maneiras terríveis, hediondas, grotescas, estapafúrdias, deselegantes, extremamente ofensivas para o Drow.
O chamou de plebeu!!!
A raiva de Yone já estava no seu limite, mas quando pensou que não poderia ficar pior, a tal mulher ainda teve a ousadia de chutar seu rosto! Aquilo deixou o Drow extremamente furioso, além de ela ter caído em cima dele, ter a petulância de mandar nele, a audácia de chamá-lo de plebeu e a ousadia de chutar seu rosto bonito e muito bem cuidado! Era muita humilhação para um só dia, feita por uma única pessoa.
- Plebeu imundo, como ousa tocar-me?! – Disse a mulher, depois, aquilo fora a gota d’água para Yone. Já bastava! Já havia tolerado humilhação demais, ser altamente insultado novamente o tirou do sério, se é que tenha restado algum resquício disso.
- Como você me chamou... – Respondeu Yone, com uma voz áspera, levando sua mão à bainha da espada, totalmente furioso. Yone fora criado para ser um cavalheiro e jamais levantar sua mão a uma donzela – por incrível que pareça foi isso que o impediu de dar um soco em Astoria até agora – mas considerava aquilo como legítima – defesa de sua honra, mas defesa –, além do mais, estava levantando sua espada, não exatamente a mão...
Mas antes que pudesse fazer qualquer movimento além desse, os guardas da mulher bloquearam o seu caminho e o interromperam no meio de sua fala, estava prestes a gritar e possivelmente jogar algum tipo de praga naqueles desgraçados, quando Galahad se pronunciou primeiro, possivelmente já esperando que Yone fosse fazer alguma besteira.
- Acalme-se, isso não passa de um mal... – Mas antes que pudesse terminar, um dos guardas o interrompeu.
- Silêncio! A senhorita Yenica não deu permissão para nenhum de vocês falar!
- Mas ela acabou de fazer uma pergun-
- Silêncio! – Yone ficou ainda mais irritado, ele jurava com todas as suas forças que um dia iria usar todos eles como cobaias de seus experimentos, e usaria a mulher pra trocar pela sua irmã e tentar trazê-la de volta.
- Segurem-os – Ordenou a mulher.
Os soldados seguraram as mãos do Yone, ele se debatia com todas as suas forças, o contato direto com gentinha estava lhe deixando enojado.
- Me soltem! Vocês podem me passar alguma doença, pobres! – Exclamou, furioso. Pôde ver que até Astoria não escapou ilesa daquela.
- Agora... – A mulher se virou e retirou de seu rosto o pano que o cobria, ao olhar mais atentamente para a face da mulher, pôde ver que seu belo rosto tinha a pele perfeitamente hidratada e limpa, pôde reparar também que seu cabelo era perfeitamente macio e sedoso. Já desconfiava que se tratava de uma mulher da nobreza, pelo fato de ter guardas, mas agora que pôde vê-la melhor, teve sua confirmação, e ao notar isso, algo se passou no estômago de Yone...
Náusea.
“Ah! Que maravilha! Uma mulher da nobreza! Deve ter a inteligência equiparada à de um símio, como todas as outras... Não deve saber nem o básico da estequiometria...” Pensou Yone, suspirando, já não bastasse ter que aturar pobres, vai ter que aturar gente burra também.
- Os levem para a casa Azarel! Onde eu pessoalmente irei ensiná-los bons modos! – Continuou a mulher, a raiva de Yone não poderia estar transbordando mais. “Me ensinar bons modos?! Quem ela pensa que é?!” Pensou, mas logo sua toda raiva se esvaiu com um pensamento “Espera... Se ela é nobre, então possivelmente ela mora em um castelo, palácio ou mansão. O que significa que ela deve ter uma biblioteca rica e cheia de livros de difícil acesso, mesmo que ela provavelmente não deve ler nem uma página de um sequer... mas se ela tiver diversos livros, tem chance de um ter alguma informação sobre a Pedra Filosofal! ” Com isso em mente, Yone se deixou ser levado até a tal casa Azarel, até porque, ele sabia que conseguiria acabar com aqueles guardas facilmente, se quisesse.
Os guardas os fizeram entrar em uma carruagem decentemente elegante, o que já aliviava um pouco a situação para Yone, que pelo menos poderia se locomover por um transporte confortável, mas ainda assim preferiria mil vezes a sua égua... E por falar nela, Yone repentinamente ficou preocupado, não só pelo fato de que Relíquia poderia se desesperar ao acordar e ver que Yone não estava lá e não voltava nunca, como também pelo medo de alguém querer roubá-la pra vender, afinal, era uma égua muito linda e bem cuidada, certamente valeria milhões e Yone não confiava nem um pouco em pobres.
- Espere! Minha égua! Ela vai ficar sozinha! – Exclamou Yone.
- Isso não é problema meu – respondeu a mulher, fazendo Yone se zangar novamente.
- Sua mulher mal caráter... Relíquia corre risco ficando sozinha! É uma égua perfeitamente linda e bem cuidada, certamente pobres tentariam roubá-la para leilão! Ao menos se compadeça da alma de um animal indefeso! – Exclamou Yone, mas a mulher não cedeu mesmo assim.
- Primeiramente: Me insulte mais uma vez e vou fazer você desejar nunca ter cruzado o caminho de uma Azarel - "mas foi você que cruzou o meu caminho!" Yone iria responder, mas a mulher continuou antes que ele pudesse. - E segundo: O que eu ganharia com isso? – Perguntou ela, seus olhos eram afiados como os de uma águia, Yone segurou a intensa vontade de falar palavras inapropriadas naquele momento. Ela iria mesmo se aproveitar de sua preocupação? Nunca conhecera mulher mais perversa!
- Como ousa me ameaçar e me chantagear?! – Exclamou Yone, se segurando pra não pular pra fora e transformar aquela carruagem em abóbora com a mulher dentro.
- Calma Yone! – Disse Galahad, embora a sua expressão também não fosse a das mais calmas... Yone olhou para o humano ainda emburrado.
- E quem você pensa que é para levantar o tom de voz comigo?! – Respondeu a mulher, Yone levaria a mão à sua espada novamente, mas Galahad lhe cutucou no braço, chamando sua atenção.
- Olha, vamos só fazer o que eles querem por enquanto e depois que chegarmos lá nós daremos um jeito de fugir, não vamos demorar muito e eu nem quero, então é melhor não arrumarmos confusão, por enquanto. A Relíquia vai ficar bem – disse Galahad disse em um tom de voz baixo, para a Azarel não ouvir. – Eu vou dar um jeito nela quando a gente chegar lá.
O olhar do Yone foi do homem à mulher algumas vezes, e depois, ainda emburrado, decidiu escutar Galahad e ficou quieto, mas isso não o impediu continuar com uma cara de emburro e cruzar os braços. Yenica pareceu satisfeita com aquela reação.
- Muito bem, fique bem quietinho e comportado – Yone a encarou com uma expressão de mais profundo ódio, mas se conteve. Já que Galahad disse que eles voltariam logo e que não precisaria se preocupar muito com Relíquia, Yone voltou seus pensamentos para a Pedra Filosofal, então era melhor não perder essa oportunidade de achar algo na casa Azarel que lhe fosse útil.
O resto do caminho Yone seguiu calado e de cara fechada enquanto olhava pela janela o tempo todo, se recusando a olhar pro rosto daquela mulher perversa. Pôde ouvir Astoria sussurrando alguma coisa sobre fugir, não podia negar que era uma oferta tentadora se não estivesse determinado a chegar lá e depois ir embora o mais rápido possível, e depois do que pareceu uma eternidade fazendo aquela viagem, eles finalmente chegaram ao seu destino.
- Galahad
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Re: Oeste da Cidade
Sex Mar 18, 2022 4:38 am
Galahad, Yone e Asdis foram arrastados para a mansão, ou melhor, palácio dos Azrael. Ele era imponente. Suas enormes paredes, com vários detalhes de alto relevo, sacadas e parapeitos, todos perfeitamente limpos quase os oprimiam, ao mesmo tempo que admiravam. Era um lugar sublime, que com certeza demonstrava o poder aquisitivo de seus donos.
A mulher, claramente rica e esnobe, talvez até mais que Yone, parecia estar se divertindo com levá-los a sua casa para os ensinar "bons modos". Porém o fato de não os deixarem falar, se explicar ou qualquer coisa do tipo realmente irritava Galahad. De fato, o rapaz rangia os dentes de vez em quando, ao lembrar da situação que estavam.
Eles três foram escoltados para dentro do hall de entrada do lugar onde a mulher vivia, com ela andando como se o mundo estivesse no bolso dela. E isso era uma ofensa quase que pessoal à Galahad.
Os três estavam impressionados com a casa, mas de jeitos diferentes. Galahad admirava a arquitetura do lugar, com os vários arcos e padrões de círculos e semi círculos, Asdis com a diferença do castelo no qual cresceu e o drow por ver uma cor tão clara quanto branco ser usada de um jeito tão aconchegante. Porém a fonte no meio chamava a atenção dos três. Eles não conseguiriam dizer se era um novo nível de design de interiores ou a coisa mais brega que viram em toda sua vida.
-Agora que os animais sarnentos estão aqui, eu vou dizer o que vocês farão.
-Ah, mas não vai mesmo. - O tom na voz dele era novo para os dois, que nunca ouviram ele tão ríspido. -Eu te desafio para um duelo.
-O que!? Um plebeu querendo me enfrentar!? - Seu tom mostrava revolta e nojo. - Está bem, seu imundo. Eu vou fazer questão que nunca mais ouse falar tamanha besteira em minha presença!
-Além disso, quando eu ganhar, eu quero que você peça desculpas à mim e aos outros dois. - Afirmou mortalmente sério, e a mulher levou aquilo como afronta pessoal.
-Você? Ganhar? Após eu te bater até você não conseguir andar, vocês três virarão meus escravos!
E ela saiu irritada, enquanto os soldados colocavam uma armadura inteiramente prateada na mulher, em direção a um posto de treinamento dentro da mansão.
-Ei, Galahad! Ela é uma nobre! Mesmo que eu duvide que ela seja versada na arte da espada, ela ainda pode decidir que você lute contra um mercenário, e você vai me transformar em um escravo!
-Isso! Eu não quero virar uma escrava, eu fiz tudo que eu fiz para ser livre! - Yone olhou para ela, mas estava mais preocupado com o homem a sua frente.
O acastanhado apenas fechou os olhos absorvendo as reclamações deles que não paravam, até parar de andar e fazer os dois baterem em suas costas.
-Podem ficar aqui, vou fazer ela pedir desculpas para nós.
E ele seguiu a mulher, fazendo um sinal para o esperarem. Ele passou a grande porta, que foi fechada para que ambos não pudessem ver a luta.
-Peço desculpas pela minha conduta desrespeitosa mais cedo. Como uma nobre, reconheço que não devo me comportar desse jeito, especialmente com aventureiros que ajudam os nobres fracos.
Yone e Asdis quase desmaiaram ao ver aquela cena. A mulher, tão arrogante e impositiva, abaixando a cabeça para eles com um olhar quase que vidrado.
-O Galahad enfeitiçou a mulher! Que medo! - Ela saiu correndo de perto deles e se escondeu atrás da fonte, pensando que teriam que lutar contra os guardas.
-O que diabos você fez? - O drow estava extremamente confuso, e irritado por estar confuso.
-Ganhei dela, em um combate. - Estufou o peito. - Além disso, como pedido de desculpas, ela disse que irá nos ajudar com nossa missão! Com certeza ela conhece o nobre que procuramos.
Os dois realmente não pareciam convencidos, porém argumentar não iria adiantar nada. A mulher parecia estar em transe e ele que controlava a história. E os guardas poderiam não dar uma resposta adequada. De qualquer forma, eles aceitaram que teriam uma nova ajuda.
Mas não saía da cabeça dos dois o fim de sua luta.
-Você é... Odin? E aqueles dois são Thor e Freya? Ou ela seria Brunilda?
De fato, Galahad pensou um pouco antes de responder. Ele encarava sua oponente derrotada, que estava no chão com as pernas bambas.
-Há muito tempo eu não ouvia Odin... Mas não, não somos deuses. Eu sou eu, a garota é a Astoria, e o drow é o Yone, embora ele se ache um deus. - Falou com a mão no queixo, pensativo.
Ela deu uma risadinha com a última parte. Mas seus olhos estavam tristes, desde o momento em que ele confirmou não serem deuses.
-Vamos voltar. Você realmente venceu a luta. E aquele drow... mencionou ser um nobre, não é?
-Sim, ele é. Acho melhor mandar alguém atrás da égua dele, ou que possa o dar carona para pegá-la. Ele se importa mais com ela do que com a própria vida.
Ela arqueou levemente os lábios para cima, e concordou com a cabeça.
- Yenica Azrael
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Re: Oeste da Cidade
Dom Mar 27, 2022 8:36 pm
Yenica os levou para a mansão de sua família, onde vivia há anos e por isso, já estava acostumada com o quão luxuosa e grande ela era, afinal, o casarão também representava o poder da família ducal, a qual ela também já se acostumou. Normalmente estaria de péssimo humor, pois sua viagem até sua biblioteca foi totalmente arruinada, entretanto, conhecer aquelas pessoas e agora com o pensamento de os fazerem pagar pelo o que "eles causaram"... A deixava certamente um pouco animada — mesmo não sendo seu costume sujar as próprias mãos ou gastar seu precioso tempo com isso.
Andava com orgulho, como se tudo nesse mundo acontecesse do jeito que ela quisesse. Orgulho, podia-se dizer que esse era seu segundo nome, pois "cresceu" e foi ensinada a ter isso como um outro nobre qualquer, contudo, ela levava isso um pouco mais a sério. A mulher parou ao lado da fonte, a qual seus irmãos colocaram ali por um único motivo: Yenica tinha elogiado o quão bonita a fonte da capital era.
— Agora que os animais sarnentos estão aqui, eu vou dizer o que vocês farão. — começou ela.
— Ah, mas não vai mesmo. —
Ela olhou para o jovem intrigada, talvez a ousadia dele por ter dito algo sem a permissão dela chamou sua atenção.
— Eu te desafio para um duelo.
— O que!? Um plebeu querendo me enfrentar!? — Seu tom mostrava revolta e nojo, algo típico vindo dela. — Está bem, seu imundo. Eu vou fazer questão que nunca mais ouse falar tamanha besteira em minha presença!
— Além disso, quando eu ganhar, eu quero que você peça desculpas a mim e aos outros dois.
A seriedade dele foi algo que ela não conseguia aturar e como costumava fazer, levou isso como afronta pessoal. Agora sem dúvidas era pessoal.
— Você? Ganhar? Após eu te bater até você não conseguir andar, vocês três virarão meus escravos! — afirmou, irritada.
Virou-se e saiu, tinha virado algo pessoal e ela não poderia ignorar tal coisa, então ela mesma iria o enfrentar. Os soldados colocaram uma armadura inteiramente prateada na mulher de longos cabelos róseos e partiu para o campo de treinamento que havia dentro da mansão. Um tempo depois, o rapaz a seguiu e as portas foram fechadas.
— Peço desculpas pela minha conduta desrespeitosa mais cedo. Como uma nobre, reconheço que não devo me comportar desse jeito, especialmente com aventureiros que ajudam os nobres fracos. — disse Yenica, abaixando a cabeça com um olhar vidrado, ela nem ligou para a reação das duas outras pessoas que estavam em sua frente.
— O Galahad enfeitiçou a mulher! Que medo! — A garota correu e escondeu-se atrás da fonte.
— O que diabos você fez? — O drow parecia irritado.
— Ganhei dela, em um combate. — O jovem estufou o peito, parecia orgulhoso. — Além disso, como pedido de desculpas, ela disse que iria nos ajudar com nossa missão! Com certeza ela conhece o nobre que procuramos.
Yenica estava em transe, enquanto Galahad controlava a história agora, nem mesmo os guardas poderiam não dar uma resposta adequada. A situação tinha mudado totalmente e para ambos, não saía da cabeça o final daquele duelo.
— Você é... Odin? E aqueles dois são Thor e Freya? Ou ela seria Brunilda? — indagou sem pensar duas vezes, pois suas pernas bambas e sem forças era a prova de que ela não precisaria pensar uma vez mais.
Ela encarou Galahad com certa esperança.
— Há muito tempo eu não ouvia Odin... Mas não, não somos deuses. Eu sou eu, a garota é a Astoria, e o drow é o Yone, embora ele se ache um deus. — respondeu ele com a mão no queixo, pensativo.
Yenica deu uma risadinha com a última parte, entretanto seus olhos estavam tristes com a confirmação de que eles não eram deuses. Foi um pouco decepcionante para ela.
— Vamos voltar. Você realmente venceu a luta. E aquele drow... mencionou ser um nobre, não é?
— Sim, ele é. Acho melhor mandar alguém atrás da égua dele, ou que possa o dar carona para pegá-la. Ele se importa mais com ela do que com a própria vida.
Ela arqueou levemente os lábios para cima, e concordou com a cabeça. Nesse momento, ela levantou-se do chão e a empregada de antes estava ao seu lado.
— Senhorita Yenica… — A mulher a chamou com certa preocupação, olhando para o traje de treino de sua senhora.
Confusa, encarou Emily, a empregada, por alguns segundos antes de sua face mudar para uma expressão surpresa.
— Avisem todos para que não deixem meu pai ou meus irmãos saberem do que houve! Imediatamente!! — exclamou ela. — Rápido! Isso não pode sair daqui!! Eu não lutei hoje! — Embora jamais fosse esquecer o duelo que teve hoje, sua família jamais poderia saber.
— S-Sim senhori…
— TIREM TODOS OS LIVROS DA BIBLIOTECA DE CASA E ESCONDAM EM MEU QUARTO!
Yenica Azrael era amada demais por sua família e por conta disso, ela não podia pegar em armas ou qualquer coisa do tipo, pois poderia se machucar. Não era atoa que ela era do jeito que estava. Caso fosse contra essa estrita regra que seu pai impôs, ele iria a castigar severamente e esse castigo era só um: impedir ela de ler por pelo menos um dia. Os serviçais começaram a correr de um lado para o outro com dúzias de livros em seus braços, alguns novos e outros tão velhos que nem poderiam ser chamados de livros.
— Por Odin… que meu pai não saiba de nada! —
Arrogante, esnobe, orgulhosa e também uma filinha de papai, Yenica Azrael era muitas coisas.
— Se não se importa, poderia esperar até que os livros sejam guardados para que eu os leve para o nobre que procuram? — Ela olhou para Galahad, como se já soubesse quem era a pessoa que os contratou.
- Yone
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Re: Oeste da Cidade
Seg Mar 28, 2022 4:29 pm
Apesar das circunstâncias, Yone estava admirado com o local. O palácio da Azarel era tão branco que chegava a lhe arder os olhos, mas apesar disso, era deslumbrante e podia perceber que era decentemente limpo. Estava acostumado com o modelo mais rústico de seu castelo, com seus móveis feitos em maioria de carvalho escuro e ferro, e suas paredes acinzentadas feitas de blocos de pedra bruta, diferente do mármore do palácio em que estava. Se não fosse pelo fato de estar morrendo de preocupação com sua égua e ansioso pra saber como Galahad os tiraria de lá, poderia apreciar melhor da beleza do lugar.
Mas quando Yone soube como Galahad faria isso, um calafrio percorreu sua espinha, principalmente após ouvir a condição da Azarel caso ele perdesse. Não que duvidasse da força de Galahad, mas Yone era nobre, então pôde ver de perto como eles agem, ele sabia perfeitamente o quão sujo eles poderiam jogar se fosse para obter sua vitória.
- Ei, Galahad!! Ela é uma nobre! Mesmo que eu duvide que ela seja versada na arte da espada, ela ainda pode decidir que você lute contra um mercenário, e você vai me transformar em um escravo! – Yone definitivamente temia que isso acontecesse. Se esforçava pra deixar sua pele macia e seu cabelo perfeitamente sedoso nas condições em que estava, apenas o pensamento de ficar com suas mãos calejadas e seu cabelo desgrenhado devido a fazer trabalho braçal – coisa de pobre – era o suficiente pra deixá-lo apavorado, ainda mais ter que fazer tudo isso sem ganhar nada em troca.
- Isso! Eu não quero virar uma escrava, fiz tudo que eu fiz pra ser livre! – Exclamou a menina, Yone tinha coisas mais importantes para se preocupar naquele momento, mas ele definitivamente irá se lembrar disso.
- Podem ficar aqui, vou fazer ela pedir desculpas para nós – respondeu Galahad, e então se retirou.
Yone andava para lá e para cá enquanto esperava pelo resultado, tinha esse costume quando estava nervoso ou precisava pensar, e no caso pensar demais definitivamente não estava o ajudando naquele momento. Conseguia imaginar diversos possíveis cenários de como a luta acabaria, mas definitivamente nenhum deles lhe agradava, nem um pouco. Podia perceber que Astoria estava igualmente preocupada, pois podia sentir sua ansiedade enquanto andava em círculos, mas não se importava o suficiente para prestar muita atenção.
Após o que lhe pareceu ser uma eternidade, mesmo que não tivesse se passado tanto tempo, Galahad e a Azarel voltaram, e para a incrível surpresa do drow, ouviu a mulher dizer:
- Peço desculpas pela minha conduta desrespeitosa mais cedo. Como uma nobre, reconheço que não devo me comportar desse jeito, especialmente com aventureiros que ajudam nobres fracos – Yone pôde sentir a indireta vindo da última sentença, o orgulhoso drow ficaria extremamente irritado com a mulher, se não estivesse totalmente perplexo com suas palavras.
Aquela mulher nobre estupidamente esnobe realmente se desculpou.
- O Galahad enfeitiçou a mulher! Que medo! - Gritou Astoria, assustada. Embora Yone soubesse que não fora isso que aconteceu, o que lhe incomodava é que ele não sabia o que aconteceu.
- O que diabos você fez? – Perguntou Yone, irritado por não ter antecipado aquilo, Yone não gostava de não saber das coisas.
- Ganhei dela em um combate – respondeu, Galahad parecia orgulhoso de si. Yone estreitou os olhos, não havia possibilidade de Galahad ter ganhado assim tão facilmente. Yone lembrou-se da magia particular que sentiu vinda do humano quando se encontraram, algo lhe dizia que tinha alguma coisa estranha nessa história. - Além disso, como pedido de desculpas, ela disse que iria nos ajudar com nossa missão! Com certeza ela conhece o nobre que procuramos – respondeu Galahad, ao menos eles teriam ajuda para concluir sua missão.
Após a Azarel voltar com trajes mais apropriados para viagem, Yone percebeu que vários empregados corriam pra lá e pra cá com vários livros em suas mãos, o que fez Yone se lembrar de seu outro objetivo quando chegasse ali.
- Se não se importa, poderia esperar até que os livros sejam guardados para que eu os leve até o nobre que procuram? – Perguntou ela para Galahad.
- Está bem... – Disse Galahad, mas parecia um pouco desanimado em ter que se demorar mais.
Já Yone, de olho nos livros, com um olhar muito aguçado pôde ver uns livros que falam sobre alquimia nas mãos de uns dos homens, com uma incrível discrição, o drow pegou um dos livros e escondeu em seu casaco, sabendo que não poderia esconder muita coisa, decidiu pegar apenas dois, os que ele julgou serem os mais interessantes. Mas nem sendo o mais discreto possível, o furto passou despercebido pelos olhos de águia da Azarel.
- Ei! O que você pensa que está fazendo? – Exclamou a mulher, irritada.
- Eu não fiz nada – respondeu Yone, desviando o olhar.
- Não tente se fazer de desentendido. Eu vi você roubando dois dos meus livros! Que comportamento desprezível para um nobre!
- Ei! Eu não estava roubando! Eu só estava pegando emprestado sem aviso prévio, é diferente – respondeu Yone. – Além do mais, não é como se fosse fazer falta pra ti. Aposto que não deve ter nem folheado ao menos um desses livros – completou, o que deixou a Azarel profundamente ofendida.
- Nem folheado?!? Pois fique você sabendo que eu já li cada um desses livros mais de duas vezes! – Respondeu a mulher, o que certamente deixou Yone chocado.
- Você? Uma mulher nobre? Já leu todos esses livros? Como assim você não só já leu algumas vez na vida como também leu esse tanto de livros?! – Perguntou Yone, genuinamente surpreso.
- É claro.
- Impossível!
- O que está querendo insinuar, drow? – Perguntou a mulher, bem brava.
- Nada, apenas nunca na minha vida vi uma mulher nobre que não fosse fútil e tivesse a inteligência de um esquilo – respondeu Yone. – Pensei que a única coisa que fizesse o dia todo fosse se maquiar, experimentar vestidos e falar de homens bonitos e joias brilhantes. Que nem todas as outras mulheres nobres que conheci.
- Humpf, pois eu não sou tão fútil assim. É claro que eu gosto de me vestir elegantemente, manter as aparências é importe. Odin me livre de me parecer com um plebeu – O simples pensamento disso fez a mulher torcer o nariz. – Mas um rosto lindo não é nada além de um belo livro todo em branco sem um cérebro astucioso – respondeu ela. Diante daquela afirmação, Yone não sabia como reagir.
Yone sentiu que começava a ser uma sensação estranha... uma sensação que nunca tinha sentido antes. Yone sentiu que começava a ver a Azarel com outros olhos... Mas é claro que não admitiria isso nem para si mesma.
- Entendo... – foi só o que pôde falar.
- Mas bem, pra quê quer estes livros? – Perguntou ela, parecendo um pouco mais calma.
- Pesquisas – respondeu.
- Bom, você tem sorte de ser um nobre bonito. Pode ficar com eles por um tempo, mas tenha certeza de me devolver depois! – Disse ela, Yone assentiu com a cabeça. – Bom, acabaram agora. Vamos? - Perguntou a mulher, depois de ver que os empregados terminaram de esconder todos os livros.
- Finalmente! – Exclamou Galahad, feliz que finalmente eles iriam sair de lá.
Todos foram em direção à carruagem, mas um pouco depois de sair da porta, Yone se lembrou de um detalhe muito importante.
- Espera! E quanto à Relíquia?
- Já pedi pra Azarel resolver isso, não é? – Respondeu Galahad, olhando para a mulher de cabelos rosados.
- Ah, sim. Mandarei alguns serviçais a buscarem – a mulher bateu palmas e em seguida dois empregados apareceram – Procurem pela égua deste homem e a tragam para cá. Levem-na aos estábulos junto dos demais cavalos e a tratem devidamente até nós voltarmos de viagem – ordenou com um ar autoritário, Yone não podia dizer que vê-la demonstrando um mínimo de compaixão por sua égua não o deixou um tanto tocado, mas se recusava a admitir que deixou. - Oh, e você poderia descrever como ela se parece? – Perguntou ao drow.
- Ah! Ela é uma égua baia com crina branca muito linda, só de olharem para elas vocês saberiam que certamente vale milhões de moedas de ouro. Ela está desencilhada, mas ainda está com o cabresto, é um cabresto roxo da mais alta qualidade, para combinar com seu esplendor, certamente – Yone descrevia sua égua com tamanha empolgação quanto uma criança falando de algo que goste muito - Ah, e ela não confia muito em ninguém, então ela não vai deixar vocês chegarem perto, então levem isso – Yone estendeu um paninho que tirou de seu bolso. – Algo com o meu cheiro vai ajudar a obter sua confiança.
- Sigam essa descrição e façam o que ele disse – a mulher ordenou, os homens concordaram com um uníssono “sim senhora” e saíram de lá. – Não se preocupe, eles vão encontrá-la e trazê-la pra cá. Depois que terminarmos você poderá vir buscá-la. Sua égua estará em boas mãos – disse a mulher com um sorriso.
Yone sentiu aquela sensação estranha de novo, só que dessa vez mais forte, e então, disse algo que surpreendeu até a ele mesmo.
- Obrigado, Azarel – e logo após dizer o que provavelmente foi o primeiro “obrigado” de Yone depois de muito tempo, o drow e seu grupo entrarem em uma carruagem da Azarel para irem ao seu próximo destino.
- Asdis
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Re: Oeste da Cidade
Sex Abr 08, 2022 5:47 pm
Estava deveras perdida com toda aquela situação. A mulher realmente havia sido hipnotizada? Bom, aquilo realmente não importava muito para a garota, pois a única coisa que importava seria a hora. Seria mais ou menos meio-dia, o que a deixava um pouco tranquila, porém ao mesmo tempo bem pensativa.
Se naquele momento fosse meio-dia de fato, significava que teria perdido o almoço. Infelizmente, os nobres comiam cedo...
Ao menos era assim os nobres que ela se recordava de ter conhecido. A garota passou o olhar cuidadosamente pela sala onde estavam. Vazia de espíritos.
— Isso é incomum. — Sussurrou para si mesma.
Toda casa tinha seus espíritos. Nem que fossem contidos em salas. Ou pequenos animais como ratos, pássaros, cachorros e gatos. Mas não havia nenhum naquela sala onde estavam.
--- Preciso investigar isso.
Sussurrou para si mesma novamente, antes de se afastar aos poucos. Inicialmente se aproximava dos livros carregados, como se aqueles livros a interessassem. Aos poucos, foi se afastando até se afastar por completo, investigando se apenas seria naquele cômodo que não teria espíritos, porém estava percebendo que nem nos corredores havia sequer um.
Aquilo deixava a garota estranhamente inconformada, já suspeitando que havia algo de errado com aquele lugar, porém o local poderia ser normal mesmo sem a presença de espíritos.
Ela não se conformava com aquilo, pois em todos os lugares havia pelo menos um espírito, nem que fosse de um pequeno animal.
--- Ah, mas eu vou descobrir!
Afirma, falando sozinha enquanto se perde naquele enorme casarão, entrando de quarto e quarto, se perdendo entre corredor e corredor.
Se naquele momento fosse meio-dia de fato, significava que teria perdido o almoço. Infelizmente, os nobres comiam cedo...
Ao menos era assim os nobres que ela se recordava de ter conhecido. A garota passou o olhar cuidadosamente pela sala onde estavam. Vazia de espíritos.
— Isso é incomum. — Sussurrou para si mesma.
Toda casa tinha seus espíritos. Nem que fossem contidos em salas. Ou pequenos animais como ratos, pássaros, cachorros e gatos. Mas não havia nenhum naquela sala onde estavam.
--- Preciso investigar isso.
Sussurrou para si mesma novamente, antes de se afastar aos poucos. Inicialmente se aproximava dos livros carregados, como se aqueles livros a interessassem. Aos poucos, foi se afastando até se afastar por completo, investigando se apenas seria naquele cômodo que não teria espíritos, porém estava percebendo que nem nos corredores havia sequer um.
Aquilo deixava a garota estranhamente inconformada, já suspeitando que havia algo de errado com aquele lugar, porém o local poderia ser normal mesmo sem a presença de espíritos.
Ela não se conformava com aquilo, pois em todos os lugares havia pelo menos um espírito, nem que fosse de um pequeno animal.
--- Ah, mas eu vou descobrir!
Afirma, falando sozinha enquanto se perde naquele enorme casarão, entrando de quarto e quarto, se perdendo entre corredor e corredor.
Re: Oeste da Cidade
Seg Abr 18, 2022 3:44 am
A New Ally?
Após Galahad dar um jeito na situação, a mulher ali decidiu juntar-se ao grupinho - ao menos para aquela missão. Ver a força e poder de Galahad despertou uma curiosidade em Yenica que não sentia há anos.
Yone por sua vez pensava em abandonar a missão para focar no que realmente queria fazer: ler os livros da casa e descobrir um pouco mais sobre a parte da alquimia que não sabia.
Mas sair de perto de Galahad e Yenica traria problemas para ele, principalmente por não querer lidar com gente o xingando por fazer o que não deveria.
Porém aquele pensamento não se aplicava a Asdis, que se separou do grupo.
Quando iam sair, a garota não estava por perto.
-Parece que vamos ter que ir atrás dela... - Galahad soltou um suspiro estressado.
-Por que? Deveríamos deixar ela e fazer logo a missão.
-Não. Não gosto da ideia de deixar alguém pra trás.
-Tem bastante espaço na mansão para ela poder ficar aqui e com tranquilidade. Não se preocupe.
-Não é não. No dia que nos encontramos, ela teve um... surto, digamos assim. Pessoas não choram sangue na rua sem motivos. Se isso for uma magia dos deuses...
-Ela pode destruir minha mansão!
-Ela pode destruir os livros que eu quero ler!
De um jeito um pouco distorcido, o líder natural do grupo os convenceu de ir atrás de Asdis.
- Yone
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Re: Oeste da Cidade
Sáb Abr 23, 2022 6:46 pm
O trio deu meia volta e voltou para dentro da casa a fim de procurar pela sua companheira desaparecida, Yone estava com uma carranca muito pior que o de costume pois estava bravo com a garota por atrasá-los pra missão, afinal, gostaria de acabar com aquilo o mais cedo possível e ler os livros que desejava.
- Maldita, Astoria! Nos fazendo perder tempo aqui procurando por ela. Onde foi que ela se meteu? – Exclamou Yone, frustrado. – Astolfa! Cadê você? – Yone gritou pela mansão, esperando uma resposta.
- Você tinha dito o nome certo antes, por que errou ele depois?
- Pode ser mais efetivo pra ter alguma resposta, caso ela esteja por perto.
- ... – Galahad não sabia o que dizer, apenas olhou para Yone com cara de tacho e suspirou profundamente.
Enquanto procurava pela Astoria, o grupo acabou passando por algo que chamou a atenção de Yone: Uma enorme sala de música. Algo quase magnético pareceu o atrair até lá, e Yone se aproximou da porta enquanto ouvia os outros dois discutirem sobre alguma coisa de fundo, que o drow não tinha prestado atenção pra saber do motivo.
- Ela gosta de cantar, não é? Vai ver se escondeu por aqui – Disse ao chegar na porta do lugar, aquela frase lhe deu um pequeno déjà vu, lembrou-se de quando era criança e brincava de esconde-esconde com sua irmã, um dia em que ele procurava por ela, acabou dizendo uma frase muito parecida.
Balançando sua cabeça para se livrar desses pensamentos, ele adentrou a tal sala para procurar pela garota.
Yone pôde analisar a estrutura dela. Desde seu tamanho até os materiais utilizados na construção foram minuciosamente pensados para uma boa repercussão acústica na sala, um trabalho excepcional, ele deveria dizer.
Avançando mais para o centro da sala, Yone pôde ver um belo piano de cauda que pareceu o atrair, quando menos se deu conta ele já estava na frente do piano, sem pensar direito, acabou passando a mão pelas teclas dele.
- Há quanto tempo eu não toco em um desses? – Ele falou pra si mesmo com um sorriso.
Yone foi ensinando desde novo a tocar piano, seus pais acreditavam que um menino de alta classe deveria saber tocar ao menos um instrumento clássico, mas Yone detestava perder seu tempo aprendendo algo tão inútil pra ele quanto tocar piano, quando era criança. Mas sua irmã adorava o ouvir tocar, e isso o incentivava a praticar, até que acabou pegando gosto pela coisa.
Yone ainda se lembrava da música favorita dela, seus dedos involuntariamente foram até as teclas certas, sentou-se no banquinho na frente do instrumento e começou a tocar.
A sensação era boa, a melodia passava por seus ouvidos e invadia sua mente, vasculhando as mais calorosas e acolhedoras memórias. Por um minuto se esqueceu do que precisava fazer, por um minuto se esqueceu de tudo de ruim que havia acontecido. Por um minuto que pareceu uma eternidade, Yone era novamente apenas um jovem drow tocando piano para sua irmã, e ele apenas deixou aquela sensação boa fluir em seu corpo.
Ao fim da música, Yone abriu um sorriso melancólico, e quando voltou à realidade, se lembrou de tudo o que aconteceu e seu coração se encheu de tristeza novamente.
- Que bela música, não sabia que você tocava piano – Uma voz feminina pronunciou da porta, fazendo Yone sentir um frio passar pelo corpo.
- A-Azarel?! – Exclamou assustado, após se virar rapidamente e ver a mulher na porta da sala de música. – H-há quanto tempo está aí? – Perguntou, com o rosto vermelho por ter sido flagrado.
- Nós estávamos procurando pela Astoria e você simplesmente sumiu também, ficamos assustados, então comecei a ouvir uma doce melodia e vim ver do que se tratava. Se você não tocasse tão lindamente eu estaria furiosa por mexer nas minhas coisas sem permissão!
- E-eu... descupe por isso... eu só... – Yone desculpou-se, desviando o olhar, mas assim que se deu conta do que estava fazendo, se recompôs – Quero dizer, não me desculpo coisa nenhuma! Você deveria estar plenamente grata por ter a honra de me ter tocando uma música no seu piano!
"Por que eu estava gaguejando???
- Ora, mas que audácia! – Exclamou a mulher, agora sim, furiosa, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, Galahad aparece e a interrompe.
- Yone! Que ideia de merda é essa? – Gritou Galahad, bravo. – Faz ideia do susto que nos deu?! Primeiro a Astoria some, depois você. Nos deixou muito preocupados! Não se separe assim novamente! – Galahad exclamou, mas Yone apesar franziu o cenho.
- Eu faço o que eu quiser e vou para onde eu bem entender! – Foi a resposta altiva de Yone.
- Você é mesmo muito presunçoso... – Disse Galahad, visivelmente irritado com a atitude do drow.
- Obrigado.
- Não foi um elogio... – Rebateu o humano, suspirou fundo, decidido que tinha coisas mais importantes pra se preocupar, ele completou:
- Bom, vamos voltar e continuar procurando pela Astoria logo, quanto mais cedo encontrarmos ela, melhor vai ser pra todo mundo.
E assim, os três saíram da sala de música e voltaram sua busca pela garota desaparecida.
- Yenica Azrael
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Re: Oeste da Cidade
Sáb maio 07, 2022 1:59 am
Juntando-se ao grupo temporariamente, Yenica iria cumprir sua promessa e também, não podia negar a curiosidade que o rapaz de olhos esmeraldas despertou em si, afinal, aquela força estava muito longe de ser algo normal para ela.
Estava tudo pronto para partirem, entretanto, a falta da garota que também estava no grupo foi sentida, atrasando assim todos.
— Tem bastante espaço na mansão para ela poder ficar aqui e com tranquilidade. Não se preocupe.
Deixa a jovem para trás não parecia ser problema para ela, isto é, até escutar as palavras de Galahad:
— Não é não. No dia que nos encontramos, ela teve um... surto, digamos assim. Pessoas não choram sangue na rua sem motivos. Se isso for uma magia dos deuses…
— Ela pode destruir minha mansão!
Desesperada com sua mansão, a qual passou muito tempo decorando, foi rapidamente convencida de procurar a garota de cabelos loiros. Voltando, começaram as buscas pelo imenso casarão.
— Como a mansão é imensa — começou ela, olhando para Galahad. — Creio que será mais útil juntar todos os funcionários para buscarem também.
Chamando um funcionário próximo, explicou a situação da maneira mais breve possível e quando menos perceberam, mais um estava desaparecido agora: Yone.
Ela suspirou, imaginando para onde aquele Drow também teria ido. Como os empregados já estavam tomando providências sobre Astoria, decidiu procurar por Yone primeiro, afinal, seria mais fácil de achar no momento. Andando calmamente enquanto sacudia seu leque, acabou por escutar uma bela melodia vindo da sala de música e tinha certeza que o instrumento tocado era o grande e bonito piano.
— Estranho… Exceto eu, meu irmão é o único que toca piano, mas…
Nenhum dos seus irmãos mais velhos estavam em casa agora, então ela seguiu o som que ficava cada vez mais alto, entretanto, também mais agradável. Parada na porta, se surpreendeu ao ver que quem era responsável pela melodia era ninguém menos que o Drow.
— Que bela música, não sabia que você tocava piano — disse assim que ele terminou, tinha ficado em silêncio até o fim da música.
— A-Azarel?! — Ele parecia assustado com sua presença. — H-há quanto tempo está aí?
— Nós estávamos procurando pela Astoria e você simplesmente sumiu também, ficamos assustados, então comecei a ouvir uma doce melodia e vim ver do que se tratava. Se você não tocasse tão lindamente eu estaria furiosa por mexer nas minhas coisas sem permissão! — Ela não estava brava, mas não perdia sua pose de nobre tão facilmente.
— E-eu... desculpe por isso... eu só... — Ele iniciou um pedido de desculpas, contudo, rapidamente mudou de postura. — Quero dizer, não me desculpo coisa nenhuma! Você deveria estar plenamente grata por ter a honra de me ter tocando uma música no seu piano!
— Ora, mas que audácia! — fechou seu leque em descontentamento, ficando realmente furiosa e antes que pudesse abrir a boca novamente para dizer algo, Galahad adentrava na sala, irritado.
— Yone! Que ideia de merda é essa? — gritou Galahad, irritado. — Faz ideia do susto que nos deu?! Primeiro a Astoria some, depois você. Nos deixou muito preocupados! Não se separe assim novamente!
Logo em seguida aconteceu uma pequena troca de palavras entre os dois, afinal, o Drow era alguém que dificilmente deixaria de rebater qualquer coisa que fosse dita para ele. Cansada, a mulher soltou um pequeno suspiro antes de saírem da sala de música e voltarem a procurar a garota que havia sumido.
No meio de um dos corredores, a moça desviou sua atenção para uma das serviçais que se aproximou hesitante dela, logo inclinando-se e sussurrando algumas palavras em seu ouvido, logo a fazendo apertar seu delicado e enfeitado leque.
— Parece que… essa garota é bem mais intrometida do que eu pensei.
Virando-se e andando em passos rápidos, mas elegantes, ela tomou liderança enquanto os dois a seguiam e os empregados tomavam uma distância apropriada deles. Sua forma de andar era pesada, como se seu salto fosse perfurar o chão de mármore a qualquer momento; ela estava irritada. Andando por cerca de vinte minutos, a mansão Azrael era imensa e podia ser um labirinto para muitos, mas ela, a única princesa da família, esse casarão era como um simples espaço para ela.
Quanto mais ela avançava naquele corredor, mais era notada a ausência de empregados naquela área da mansão, indicando que aquele local não era para qualquer um. Seus passos passaram de barulhentos para silenciosos e chegando no fim daquele corredor que era decorado por intensas paredes vermelhas, uma garota foi encontrada preste a abrir a única porta presente no local, decorada com fios de ouro; embora sua aparência seja um pouco velha, algo estranho para a mansão luxuosa.
— Não sabia que a senhorita era tão curiosa assim. — disse a mulher, segurando a mão estendida no ar da loira. — Sabia que a curiosidade pode matar?
Seu tom era calmo, mas frio e podia dar calafrios a qualquer um. Ela encarou aquela senhorita de maneira sinistra, um olhar totalmente diferente do qual ela costumava mostrar para os demais quando estava raivosa.
— Para uma nobre, seu porte é pior que o de um plebeu.
A mulher de longos cabelos rosas era uma das senhoritas mais influentes da alta sociedade, afinal, não existia ninguém neste império como ela. Ela melhor que ninguém sabia reconhecer uma pessoa que passou por ensinamentos da nobreza, a etiqueta do sangue azul e mesmo que a pessoa tentasse disfarçar, nunca era possível, afinal, os modos eram ensinados com tanta rigidez que acabava se tornando um só com a pessoa. Reconhecer aquela garota não foi difícil para ela.
— Agora, vire-se e cuide de não se separar de seu próprio grupo. — segurou os ombros da garotinha, a virando para os dois que estavam logo à frente. — Vá.
Não esperou por resposta nenhuma daquela jovem, então a entregou para os dois rapazes e antes de seguir seu caminho, deu uma boa olhada para trás; a porta estava muito bem fechada e a senhorita de cabelos loiros não iria conseguir abrir, entretanto, ela não gostaria de arriscar nada e muito menos pensar nisso. Atrás daquela porta tinha algo que nem mesmo seus irmãos e pai poderiam ver, não era um grande segredo, contudo, era algo que ela gostaria de enterrar e jamais ver.
Estava tudo pronto para partirem, entretanto, a falta da garota que também estava no grupo foi sentida, atrasando assim todos.
— Tem bastante espaço na mansão para ela poder ficar aqui e com tranquilidade. Não se preocupe.
Deixa a jovem para trás não parecia ser problema para ela, isto é, até escutar as palavras de Galahad:
— Não é não. No dia que nos encontramos, ela teve um... surto, digamos assim. Pessoas não choram sangue na rua sem motivos. Se isso for uma magia dos deuses…
— Ela pode destruir minha mansão!
Desesperada com sua mansão, a qual passou muito tempo decorando, foi rapidamente convencida de procurar a garota de cabelos loiros. Voltando, começaram as buscas pelo imenso casarão.
— Como a mansão é imensa — começou ela, olhando para Galahad. — Creio que será mais útil juntar todos os funcionários para buscarem também.
Chamando um funcionário próximo, explicou a situação da maneira mais breve possível e quando menos perceberam, mais um estava desaparecido agora: Yone.
Ela suspirou, imaginando para onde aquele Drow também teria ido. Como os empregados já estavam tomando providências sobre Astoria, decidiu procurar por Yone primeiro, afinal, seria mais fácil de achar no momento. Andando calmamente enquanto sacudia seu leque, acabou por escutar uma bela melodia vindo da sala de música e tinha certeza que o instrumento tocado era o grande e bonito piano.
— Estranho… Exceto eu, meu irmão é o único que toca piano, mas…
Nenhum dos seus irmãos mais velhos estavam em casa agora, então ela seguiu o som que ficava cada vez mais alto, entretanto, também mais agradável. Parada na porta, se surpreendeu ao ver que quem era responsável pela melodia era ninguém menos que o Drow.
— Que bela música, não sabia que você tocava piano — disse assim que ele terminou, tinha ficado em silêncio até o fim da música.
— A-Azarel?! — Ele parecia assustado com sua presença. — H-há quanto tempo está aí?
— Nós estávamos procurando pela Astoria e você simplesmente sumiu também, ficamos assustados, então comecei a ouvir uma doce melodia e vim ver do que se tratava. Se você não tocasse tão lindamente eu estaria furiosa por mexer nas minhas coisas sem permissão! — Ela não estava brava, mas não perdia sua pose de nobre tão facilmente.
— E-eu... desculpe por isso... eu só... — Ele iniciou um pedido de desculpas, contudo, rapidamente mudou de postura. — Quero dizer, não me desculpo coisa nenhuma! Você deveria estar plenamente grata por ter a honra de me ter tocando uma música no seu piano!
— Ora, mas que audácia! — fechou seu leque em descontentamento, ficando realmente furiosa e antes que pudesse abrir a boca novamente para dizer algo, Galahad adentrava na sala, irritado.
— Yone! Que ideia de merda é essa? — gritou Galahad, irritado. — Faz ideia do susto que nos deu?! Primeiro a Astoria some, depois você. Nos deixou muito preocupados! Não se separe assim novamente!
Logo em seguida aconteceu uma pequena troca de palavras entre os dois, afinal, o Drow era alguém que dificilmente deixaria de rebater qualquer coisa que fosse dita para ele. Cansada, a mulher soltou um pequeno suspiro antes de saírem da sala de música e voltarem a procurar a garota que havia sumido.
No meio de um dos corredores, a moça desviou sua atenção para uma das serviçais que se aproximou hesitante dela, logo inclinando-se e sussurrando algumas palavras em seu ouvido, logo a fazendo apertar seu delicado e enfeitado leque.
— Parece que… essa garota é bem mais intrometida do que eu pensei.
Virando-se e andando em passos rápidos, mas elegantes, ela tomou liderança enquanto os dois a seguiam e os empregados tomavam uma distância apropriada deles. Sua forma de andar era pesada, como se seu salto fosse perfurar o chão de mármore a qualquer momento; ela estava irritada. Andando por cerca de vinte minutos, a mansão Azrael era imensa e podia ser um labirinto para muitos, mas ela, a única princesa da família, esse casarão era como um simples espaço para ela.
Quanto mais ela avançava naquele corredor, mais era notada a ausência de empregados naquela área da mansão, indicando que aquele local não era para qualquer um. Seus passos passaram de barulhentos para silenciosos e chegando no fim daquele corredor que era decorado por intensas paredes vermelhas, uma garota foi encontrada preste a abrir a única porta presente no local, decorada com fios de ouro; embora sua aparência seja um pouco velha, algo estranho para a mansão luxuosa.
— Não sabia que a senhorita era tão curiosa assim. — disse a mulher, segurando a mão estendida no ar da loira. — Sabia que a curiosidade pode matar?
Seu tom era calmo, mas frio e podia dar calafrios a qualquer um. Ela encarou aquela senhorita de maneira sinistra, um olhar totalmente diferente do qual ela costumava mostrar para os demais quando estava raivosa.
— Para uma nobre, seu porte é pior que o de um plebeu.
A mulher de longos cabelos rosas era uma das senhoritas mais influentes da alta sociedade, afinal, não existia ninguém neste império como ela. Ela melhor que ninguém sabia reconhecer uma pessoa que passou por ensinamentos da nobreza, a etiqueta do sangue azul e mesmo que a pessoa tentasse disfarçar, nunca era possível, afinal, os modos eram ensinados com tanta rigidez que acabava se tornando um só com a pessoa. Reconhecer aquela garota não foi difícil para ela.
— Agora, vire-se e cuide de não se separar de seu próprio grupo. — segurou os ombros da garotinha, a virando para os dois que estavam logo à frente. — Vá.
Não esperou por resposta nenhuma daquela jovem, então a entregou para os dois rapazes e antes de seguir seu caminho, deu uma boa olhada para trás; a porta estava muito bem fechada e a senhorita de cabelos loiros não iria conseguir abrir, entretanto, ela não gostaria de arriscar nada e muito menos pensar nisso. Atrás daquela porta tinha algo que nem mesmo seus irmãos e pai poderiam ver, não era um grande segredo, contudo, era algo que ela gostaria de enterrar e jamais ver.
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Re: Oeste da Cidade
Qua maio 18, 2022 4:59 am
-Astoria! Por que você sumiu?! - Galahad questionou com os olhos arregalados.
-Eu não senti nenhuma nessa mansão naquela direção , então eu quis ver...
-Mas você não devia correr assim!
Ela bufou com a reclamação do garoto, e ficou fazendo beiço. Ele respirou fundo e virou para Yenica, que estava vindo com um olhar de desgosto.
-Eu já tive cachorros mais comportados que essa garota. Talvez devesse colocar ela em uma coleira.
-Faça isso, vai ajudar a nós todos. - Yone concordou, e Asdis pareceu se afetar um pouco com as palavras fortes.
-Ei! Não sejam tão mesquinhos. - Ele se volta para Yenica. - Ela falou que não sentia almas para esse lado da mansão. O que você esconde para lá?
-Coisas que certamente não são do seu interesse.
-Então envolvem almas dos mortos?
-Não!
Galahad ficou quieto após isso, e Yenica fez um sonoro "hunf" após ele ficar quieto, e procedeu em bater o pé.
-Nós nobres temos muitas coisas para esconder de plebeus como vocês, entã-
-Shh! - O garoto o cortou, e a mulher começou a bater o pé mais rapidamente.
-Você acabou de dizer "shh" para mim? Para-
-Shhhh! - Galahad encostou seu dedo na boca do drow. - Que porra de som é esse?
Yone ficou quieto a contragosto, e as batidas de pé de Yenica cessaram. Ele calmamente se ajoelhou e botou a cabeça no chão, para poder ouvir melhor o barulho.
-Ai! - Asdis colocou a mão na sua testa, sentindo uma pontada de dor.
-Pesado, porém abafado... Tem ideia do que possa ser isso, Yenica? - Ele virou seus olhos para cima, e a mulher relutantemente negou com a cabeça. - Definitivamente são passos, são compassados e estão se aproximando. Acho que estamos pra descobrir o motivo de não termos almas pra essa direção...
Um vento forte do corredor apagou as velas dos candelabros e lamparinas, para logo depois trazer um cheiro fétido que queimava o nariz dos quatro ali presentes. Os dois nobres não podiam fazer nada além de segurar o vômito, porém os dois que estavam mais acostumados com a rua reconheceram o fedor. Tecido podre, deixado ao relento estragando gradativamente com a ação do clima e abrigando bichos vis como baratas e ratos.
O som pesado e abafado passou a ser ouvido por todos ali sem precisarem apoiar as cabeças no chão, juntamente de outros que Galahad não ouviu antes. O suposto tecido estava encharcado, e cada passo parecia ser dado dentro de uma poça. O outro era um sibilar de vento que os quatro ali infelizmente conseguiam identificar. Vind av Helheim, o som de almas atormentadas de quando se encontraram cara a cara com a morte.
Um brilho verde chartreuse fantasmagórico apareceu, seguido por outro um pouco mais baixo. Um gemido longo e abafado ecoou pelo corredor, e Yone estalou de volta para realidade, ao lembrar que apenas ele podia enxergar no escuro.
-Pessoal, isso é um golem! Pelo visto, de pobres!
-De pano, seu idiota! - Galahad o corrigiu. - De qualquer forma, isso te deixa satisfeita Astoria?
-Ele está roubando as almas... Temos que pará-lo! - Gritou para os outros.
-Eu concordo, mas... Como a gente vai lutar assim? Só o Yone vê no escuro, e talvez eu veja algo, porém quanto a você e a Yenica?
-Quem você acha que é para apagar as luzes de minha casa em minha presença, seu golem fedorento feito de plebeus!?
Ela bateu duas palmas, e as luzes do salão se acenderam, revelando a todos a monstruosidade em sua frente.
-Nossa... Você é muito feio...
A luz fez ele cerrar os olhos brilhantes e avançar para cima de Yenica usando o braço tentacular, porém o garoto se pôs na frente sacando sua Kalibürnius e defendendo o ataque.
-Contrachoque! - O impacto foi devolvido para o monstrengo, que apenas se afastou sem aparentar dano. - Acho que vamos que ter que descobrir se você consegue lutar ao nosso lado na prática, Yenica!
- Asdis
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Re: Oeste da Cidade
Sáb maio 28, 2022 11:47 pm
--- Eu não deveria ajudá-los depois do que esses dois IMBECIS disseram.
Asdis havia de referido a parte da coleira ou coisa do tipo. Mesmo visivelmente tranquila, dava para perceber pelas suas palavras que estava com rancor dos dois burgueses, porém no final ela que riria por último.
--- Eu irei ajudar apenas por conta das almas que estão sendo roubadas, ok? Olha, poderíamos pegar esse elfo metido a besta e essa mulherzinha que nem é isso tudo e jogar ambos para esse monstro de aparência exótica e peculiar.
Mesmo sendo uma garota tranquila, Asdis tinha uma língua um pouco afiada, além do seu vocabulário para se referir a tudo aquilo que é considerado feio, como uma verdadeira pessoa da realeza, ou quase. O seu olhar também não era um simples olhar, e sim olhava os dois burgueses com um certo deboche e desdém.
--- Ninguém iria sentir falta desses dois mesmos e o mundo teria menos duas pragas. Galahad, podemos fazer isso?!
A garota pergunta com um brilho incomum nos olhos.
--- Já sei! Podemos trocar a vida e a alma desses dois pelas almas que essa criatura de beleza exótica roubou!
Estava bem aparente que Asdis realmente queria se livrar de Yone e Yenica, tornando aquilo mais importante do que salvar as almas roubadas pelos monstro. Quando ela não gostava de alguém, não queria que a pessoa tivesse uma boa vida ou algo do tipo, desejando até a morte da pessoa. Como não estava no palácio, infelizmente não podia mandar executar nenhum dos dois.
Não aguentando mais esperar uma resposta, decidiu agir. Logo, começou a cantar em uma melodia bem tranquila e suave. Bom, ela estava cantando daquela maneira propositalmente, já que estava cantando uma canção de ninar, para ver se o monstro simplesmente dormia. De acordo com a lógica de Asdis, se o monstro dormisse, seria mais fácil para derrota-lo. Bom, era uma boa ideia na teoria, porém com uma pequena probabilidade de não dar certo na prática.
Asdis havia de referido a parte da coleira ou coisa do tipo. Mesmo visivelmente tranquila, dava para perceber pelas suas palavras que estava com rancor dos dois burgueses, porém no final ela que riria por último.
--- Eu irei ajudar apenas por conta das almas que estão sendo roubadas, ok? Olha, poderíamos pegar esse elfo metido a besta e essa mulherzinha que nem é isso tudo e jogar ambos para esse monstro de aparência exótica e peculiar.
Mesmo sendo uma garota tranquila, Asdis tinha uma língua um pouco afiada, além do seu vocabulário para se referir a tudo aquilo que é considerado feio, como uma verdadeira pessoa da realeza, ou quase. O seu olhar também não era um simples olhar, e sim olhava os dois burgueses com um certo deboche e desdém.
--- Ninguém iria sentir falta desses dois mesmos e o mundo teria menos duas pragas. Galahad, podemos fazer isso?!
A garota pergunta com um brilho incomum nos olhos.
--- Já sei! Podemos trocar a vida e a alma desses dois pelas almas que essa criatura de beleza exótica roubou!
Estava bem aparente que Asdis realmente queria se livrar de Yone e Yenica, tornando aquilo mais importante do que salvar as almas roubadas pelos monstro. Quando ela não gostava de alguém, não queria que a pessoa tivesse uma boa vida ou algo do tipo, desejando até a morte da pessoa. Como não estava no palácio, infelizmente não podia mandar executar nenhum dos dois.
Não aguentando mais esperar uma resposta, decidiu agir. Logo, começou a cantar em uma melodia bem tranquila e suave. Bom, ela estava cantando daquela maneira propositalmente, já que estava cantando uma canção de ninar, para ver se o monstro simplesmente dormia. De acordo com a lógica de Asdis, se o monstro dormisse, seria mais fácil para derrota-lo. Bom, era uma boa ideia na teoria, porém com uma pequena probabilidade de não dar certo na prática.
- Yone
- Mensagens : 9
Data de inscrição : 11/10/2021
Re: Oeste da Cidade
Sex Jun 03, 2022 9:05 pm
Quando as luzes se apagaram, Yone imediatamente sentiu seu coração disparar e engoliu em seco. Yone detestava o escuro. Não que a escuridão impossibilitasse a sua visão, pelo contrário, devido a sua raça, Yone era capaz de enxergar bem mesmo que não haja um resquício de luz. Mas mesmo sendo capaz de enxergar no breu, ele continuava sendo desconfortavelmente sereno. Sereno o suficiente para fazer com que a mente de Yone acabasse involuntariamente mergulhando em águas que não gostaria que ela fosse.
Mas o cheiro pútrido, por sorte ou não, acabou o arrancando de seus devaneios irracionais e o drow balançou a cabeça para tentar se concentrar com o problema atual que estava bem a sua frente: um golem feito de pano velho e podre, o que o lembrava muito a ralé. Além do desconforto da escuridão, ainda teria de lidar com uma criatura que certamente o faria ter de queimar suas roupas e tomar uns 50 banhos seguidos para tirar o cheiro. E ao se dar conta de que os outros ali não tinham a mesma capacidade que ele, Yone anunciou:
- Pessoal, isso é um golem! Pelo visto, de pobres!
- De pano, seu idiota! – corrigiu Galahad, fazendo Yone ficar levemente ofendido. Além do mais, que diferença fazia entre farrapos e pobres? Não era isso o que eles vestiam? – De qualquer forma, isso te deixa satisfeita, Astoria?
- Ele está roubando as almas... Temos que pará-lo! - Gritou para os outros.
- Eu concordo, mas... Como a gente vai lutar assim? Só o Yone vê no escuro, e talvez eu veja algo, porém quanto a você e a Yenica?
- Quem você acha que é para apagar as luzes de minha casa em minha presença, seu golem fedorento feito de plebeus!? – A Azarel exclamou furiosa e logo em seguida bateu palmas, fazendo todas as luzes se acenderem novamente. Yone apenas agradeceu internamente por ter luz de novo e não estar mais envolto em escuridão.
O monstro, irritado, tentou atacar a mulher, mas Galahad repeliu seu ataque com o contrachoque. Yone começou a pensar rápido em uma maneira de derrotar aquele monstro o mais breve possível, e de preferência da forma que menos comprometa sua fragrância de perfume caro.
Depois de analisar a situação, uma ideia veio à mente de Yone. Ele tirou de um dos bolsos de seu casaco um pedaço de giz.
- O que isso? Um giz? Por acaso isso é hora pra desenhar? – Perguntou Astoria, com a voz já um pouco cansada de cantar para tentar fazer o monstro dormir.
- É para desenhar um círculo alquímico, imbecil!
- Você vai realmente sujar o chão do meu palácio de giz?! – Exclamou Yenica, brava.
- Escuta aqui, madame – Yone respondeu, com certo tom de sarcasmo. – Eu normalmente utilizo minha própria espada pra desenhar os círculos no chão ou na parede, mas como não quero causar danos permanentes ao chão do seu precioso palácio eu vou usar o meu giz, que normalmente utilizo para testes, e que pode ser lavado depois. Você deveria me agradecer! – Yenica pela primeira vez calou-se, mas de cara fechada. Não conseguiu pensar em como responder e não era hora para aquilo, fazendo um sonoro “humpf”, ela virou o rosto e saiu.
O golem de pano tentou ataca-los, mas a música de Astoria fez algum efeito e o monstro demorou para concluir a ação o suficiente para que eles pudessem escapar.
- E o que você pretende desenhar? É bom que valha a pena! – Perguntou Yenica.
- O golem de pobres-
- Yone! – Repreendeu Galahad, já se irritando com aquele comportamento dele. O Drow apenas revirou os olhos.
- O golem de panos com certeza está em fase de decomposição, para estar desse jeito. Decomposição nada mais é do que um processo químico, e se é um processo químico... – A fala de Yone foi interrompida por um ataque do golem, que iria lhe acertar um soco com sua mão feita de pano velho, mas Yone desviou habilmente e concluiu – Significa que eu sou capaz de manipulá-lo, então se eu fizer um círculo alquímico para acelerar o processo de decomposição do tecido irei enfraquecê-lo e seremos capazes de derrotá-lo – Yone explicou seu plano para os outros, mas logo depois se voltou ao golem, irritado. - Não é nada elegante atacar as pessoas enquanto elas estão falando, ouviu? Sua almofada de farrapos gigante e fétida!
O monstro se irritou com a resposta de Yone e tentou acertá-lo mais uma vez, dessa vez tinha atirado uma espécie de bola de pano fedida na direção dele, dessa vez o drow estava perto demais para desviar, e provavelmente teria sido atingido em cheio se Galahad não tivesse conseguido interceptar o ataque utilizando seu contrachoque.
- Eu acho que ele não está lá muito preocupado com elegância, Yone! Faz logo o que tem de fazer. Nós vamos segurar ele! – Yone assentiu com a cabeça e começou a desenhar o círculo no chão enquanto os outros três ganhavam tempo.
Fazia muito tempo que ele não desenhava um círculo tão grande, mas não perdera a mão. Em pouco tempo ele já tinha feito um círculo perfeitamente simétrico, então começou a desenhar os detalhes de dentro. Segurar aquele monstro aparentava ser dureza, pois pôde ver Yenica sendo lançada na sua direção, conseguiu segurá-la antes que caísse, tomando cuidado para não estragar o círculo.
- Se você parar de cair em cima de mim, eu agradeço – disse ele, aliviado que o círculo não foi comprometido.
- Ora! Pois então apresse-se e termine logo este círculo! – Azarel resmungou.
- Estou quase acabando – Disse ele, fazendo os toques finais do círculo. – E... acabei. Precisamos trazer ele pra cá agora!
Astoria cantou mais uma vez uma música calma e tranquila para deixar o golem um pouco mais relaxado e facilitar para leva-lo até o local do círculo, Yenica exalou sua névoa rósea, deixando o golem confuso, Yone correu para trás do golem e começou a energizar sua espada.
- Myrkvun Utgivelse! – O ataque do drow empurrou o golem alguns passos para a frente, o monstro se virou e tentou revidar, mas estava confuso demais para isso e disparou em outra direção.
- Contrachoque! – Galahad aproveitou para usar sua habilidade defensiva e devolver o dano ataque do monstro, fazendo ele recuar mais alguns passos e acabar entrando no círculo.
Yone correu para perto do círculo e colocou suas duas mão no chão. O círculo brilhou intensamente e o golem soltou um urro enorme à medida que era decomposto. Depois de um tempinho, Yone teve que parar, pois estava gastando muita energia, e pegou sua espada novamente, se preparando para atacar fisicamente.
O golem havia diminuído de volume e algumas partes dos panos pelo seu corpo apresentavam algumas erosões, indicando que a técnica de Yone tinha funcionado e ele realmente tinha enfraquecido.
- Funcinou! – Exclamou Galahad.
- É claro que funcionou, foi feito por mim – Yone respondeu, convecido. Galahad revirou os olhos.
- Vamos acabar logo com essa coisa! Ele está a tempo demais no meu palácio, está me irritando!
Mas o cheiro pútrido, por sorte ou não, acabou o arrancando de seus devaneios irracionais e o drow balançou a cabeça para tentar se concentrar com o problema atual que estava bem a sua frente: um golem feito de pano velho e podre, o que o lembrava muito a ralé. Além do desconforto da escuridão, ainda teria de lidar com uma criatura que certamente o faria ter de queimar suas roupas e tomar uns 50 banhos seguidos para tirar o cheiro. E ao se dar conta de que os outros ali não tinham a mesma capacidade que ele, Yone anunciou:
- Pessoal, isso é um golem! Pelo visto, de pobres!
- De pano, seu idiota! – corrigiu Galahad, fazendo Yone ficar levemente ofendido. Além do mais, que diferença fazia entre farrapos e pobres? Não era isso o que eles vestiam? – De qualquer forma, isso te deixa satisfeita, Astoria?
- Ele está roubando as almas... Temos que pará-lo! - Gritou para os outros.
- Eu concordo, mas... Como a gente vai lutar assim? Só o Yone vê no escuro, e talvez eu veja algo, porém quanto a você e a Yenica?
- Quem você acha que é para apagar as luzes de minha casa em minha presença, seu golem fedorento feito de plebeus!? – A Azarel exclamou furiosa e logo em seguida bateu palmas, fazendo todas as luzes se acenderem novamente. Yone apenas agradeceu internamente por ter luz de novo e não estar mais envolto em escuridão.
O monstro, irritado, tentou atacar a mulher, mas Galahad repeliu seu ataque com o contrachoque. Yone começou a pensar rápido em uma maneira de derrotar aquele monstro o mais breve possível, e de preferência da forma que menos comprometa sua fragrância de perfume caro.
Depois de analisar a situação, uma ideia veio à mente de Yone. Ele tirou de um dos bolsos de seu casaco um pedaço de giz.
- O que isso? Um giz? Por acaso isso é hora pra desenhar? – Perguntou Astoria, com a voz já um pouco cansada de cantar para tentar fazer o monstro dormir.
- É para desenhar um círculo alquímico, imbecil!
- Você vai realmente sujar o chão do meu palácio de giz?! – Exclamou Yenica, brava.
- Escuta aqui, madame – Yone respondeu, com certo tom de sarcasmo. – Eu normalmente utilizo minha própria espada pra desenhar os círculos no chão ou na parede, mas como não quero causar danos permanentes ao chão do seu precioso palácio eu vou usar o meu giz, que normalmente utilizo para testes, e que pode ser lavado depois. Você deveria me agradecer! – Yenica pela primeira vez calou-se, mas de cara fechada. Não conseguiu pensar em como responder e não era hora para aquilo, fazendo um sonoro “humpf”, ela virou o rosto e saiu.
O golem de pano tentou ataca-los, mas a música de Astoria fez algum efeito e o monstro demorou para concluir a ação o suficiente para que eles pudessem escapar.
- E o que você pretende desenhar? É bom que valha a pena! – Perguntou Yenica.
- O golem de pobres-
- Yone! – Repreendeu Galahad, já se irritando com aquele comportamento dele. O Drow apenas revirou os olhos.
- O golem de panos com certeza está em fase de decomposição, para estar desse jeito. Decomposição nada mais é do que um processo químico, e se é um processo químico... – A fala de Yone foi interrompida por um ataque do golem, que iria lhe acertar um soco com sua mão feita de pano velho, mas Yone desviou habilmente e concluiu – Significa que eu sou capaz de manipulá-lo, então se eu fizer um círculo alquímico para acelerar o processo de decomposição do tecido irei enfraquecê-lo e seremos capazes de derrotá-lo – Yone explicou seu plano para os outros, mas logo depois se voltou ao golem, irritado. - Não é nada elegante atacar as pessoas enquanto elas estão falando, ouviu? Sua almofada de farrapos gigante e fétida!
O monstro se irritou com a resposta de Yone e tentou acertá-lo mais uma vez, dessa vez tinha atirado uma espécie de bola de pano fedida na direção dele, dessa vez o drow estava perto demais para desviar, e provavelmente teria sido atingido em cheio se Galahad não tivesse conseguido interceptar o ataque utilizando seu contrachoque.
- Eu acho que ele não está lá muito preocupado com elegância, Yone! Faz logo o que tem de fazer. Nós vamos segurar ele! – Yone assentiu com a cabeça e começou a desenhar o círculo no chão enquanto os outros três ganhavam tempo.
Fazia muito tempo que ele não desenhava um círculo tão grande, mas não perdera a mão. Em pouco tempo ele já tinha feito um círculo perfeitamente simétrico, então começou a desenhar os detalhes de dentro. Segurar aquele monstro aparentava ser dureza, pois pôde ver Yenica sendo lançada na sua direção, conseguiu segurá-la antes que caísse, tomando cuidado para não estragar o círculo.
- Se você parar de cair em cima de mim, eu agradeço – disse ele, aliviado que o círculo não foi comprometido.
- Ora! Pois então apresse-se e termine logo este círculo! – Azarel resmungou.
- Estou quase acabando – Disse ele, fazendo os toques finais do círculo. – E... acabei. Precisamos trazer ele pra cá agora!
Astoria cantou mais uma vez uma música calma e tranquila para deixar o golem um pouco mais relaxado e facilitar para leva-lo até o local do círculo, Yenica exalou sua névoa rósea, deixando o golem confuso, Yone correu para trás do golem e começou a energizar sua espada.
- Myrkvun Utgivelse! – O ataque do drow empurrou o golem alguns passos para a frente, o monstro se virou e tentou revidar, mas estava confuso demais para isso e disparou em outra direção.
- Contrachoque! – Galahad aproveitou para usar sua habilidade defensiva e devolver o dano ataque do monstro, fazendo ele recuar mais alguns passos e acabar entrando no círculo.
Yone correu para perto do círculo e colocou suas duas mão no chão. O círculo brilhou intensamente e o golem soltou um urro enorme à medida que era decomposto. Depois de um tempinho, Yone teve que parar, pois estava gastando muita energia, e pegou sua espada novamente, se preparando para atacar fisicamente.
O golem havia diminuído de volume e algumas partes dos panos pelo seu corpo apresentavam algumas erosões, indicando que a técnica de Yone tinha funcionado e ele realmente tinha enfraquecido.
- Funcinou! – Exclamou Galahad.
- É claro que funcionou, foi feito por mim – Yone respondeu, convecido. Galahad revirou os olhos.
- Vamos acabar logo com essa coisa! Ele está a tempo demais no meu palácio, está me irritando!
- Yenica Azrael
- Mensagens : 5
Data de inscrição : 11/10/2021
Re: Oeste da Cidade
Dom Jun 19, 2022 1:42 am
Certamente hoje não era o seu dia de sorte, estava irritada por ter sua mansão "explorada" por uma garota que apenas os Deuses saberiam de onde saiu. Por mais que sua paciência estivesse quase esgotando, ainda tinha uma promessa a cumprir e não deixaria um pequeno ser humano intrometido estragar mais ainda seu humor, entretanto, as coisas desandaram ainda mais com a chegada de algo totalmente indesejado. Perplexa, a escuridão tomou conta do local após todas as velas e lamparinas serem apagadas por um corte vento, acompanhado de um cheiro um tanto insuportável para ela, contudo, foi mais ou menos fácil para a rosada tolerar quando se focou no som pesado e abafado que aproximava-se mais.
Yenica não fazia ideia do que estava acontecendo, não estava esperando por nada disso e foi pega totalmente desprevenida. Na pior das hipóteses, teria que usar aquilo, algo que agradeceria se pudesse guardar para sempre de sua vista. Quando o Drow informou sobre a identidade daquilo, as coisas tornaram-se mais fáceis para ela, mas também a deixaram mais zangada.
— Quem você acha que é para apagar as luzes de minha casa em minha presença, seu golem fedorento feito de plebeus!? — gritou, batendo palmas e acendendo as luzes novamente, dando de cara com aquele monstro que julgou realmente ser feito de plebeus.
O primeiro ataque foi em sua direção, mas Galahad foi rápido em sacar sua arma e na defesa. A Azrael apenas levantou a cabeça de leve com as palavras do jovem:
— Acho que vamos que ter que descobrir se você consegue lutar ao nosso lado na prática, Yenica!
A situação não era boa e ela realmente precisava fazer algo se quisesse que sua mansão saísse ilesa e ela também, apenas de pensar em todas as coisas importantes para ela em jogo — seus móveis caríssimos e suas obras de artes raras — sentia sua cabeça doer, porém, quase lhe deu um ataque ao ver Yone prestes a riscar o chão do salão.
— Você vai realmente sujar o chão do meu palácio de giz?!
E por mais brava que estivesse, não esperava por uma resposta tão sarcástica dele:
— Eu normalmente utilizo minha própria espada pra desenhar os círculos no chão ou na parede, mas como não quero causar danos permanentes ao chão do seu precioso palácio eu vou usar o meu giz, que normalmente utilizo para testes, e que pode ser lavado depois. Você deveria me agradecer!
Pela primeira vez, a mulher nobre calou-se e mesmo que tentasse achar uma resposta do mesmo nível, sabia que agora não era tempo para isso e apenas virou o rosto e saiu cheia de orgulho. Novamente, o golem tentou atacar, entretanto, a música que Astoria estava cantando parecia surtir efeito e o monstro demorou para concluir tal ação, dando assim tempo para que eles pudessem fugir. Começando sua explicação, Yone foi inicialmente repreendido pelo garoto de olhos esmeraldas e depois prosseguiu. A ideia do drow era, de fato, boa… se tinha algo que tivesse que admitir, era que ele realmente tinha uma inteligência superior, mas nunca admitiria em voz alta.
Sabendo exatamente qual seria seu papel agora, fez o máximo possível para segurar aquele golem se sujar suas roupas, destruir qualquer móvel ao redor e sem bagunça seu precioso cabelo rosado, contudo, estava sendo dificultoso para ela fazer tal coisa e o resultado foi ela sendo lançada em direção ao drow que desenhava o círculo e que também foi hábil em segurá-la antes que caísse.
— Se você parar de cair em cima de mim, eu agradeço
— Ora! Pois então apresse-se e termine logo este círculo! – resmungou ela.
Após isso, o círculo foi concluído com sucesso. Astoria cantava uma música para deixar o golem relaxado e Yenica liberou um pouco de sua preciosa névoa rósea, apenas o suficiente para deixar o monstro confuso, afinal, ela também poderia afetar seus aliados; Yone energizou sua espada e o atacou, fazendo-o chegar mais alguns passos em direção ao círculo desenhado no chão. Graças a névoa, o golem não foi capaz de distinguir de onde veio o ataque e acabou por disparar do lado errado.
— Contrachoque! — Galahad aproveitou para repelir o dano do ataque de volta para o monstro, fazendo ele finalmente entrar no círculo.
O drow correu, colocando as mãos no chão e o círculo desenhado por ele brilhou intensamente, junto do golem que urrava à medida que era decomposto. O plano foi um sucesso, o monstro havia enfraquecido e diminuído de tamanho também, tornando as coisas fáceis para todos. Faltava pouco para ela ter paz novamente e ler seus livros.
—Vamos acabar logo com essa coisa! Ele está a tempo demais no meu palácio, está me irritando!
Pronta para o ataque novamente, ela percebeu que um dos quadros da parede estava no chão, destruído. Uma pintura famosa que representava as almas indo para o céu, para valhalla, lar dos guerreiros guiados pelas valquírias e escolhidos por Odin, mas para ela, representava tudo aquilo que ela conseguiu.
— Já chega disso! —soltando o leque que era um só consigo, ela olhou para o monstro responsável por tudo isso.
O longo vestido caro e de cores vívidas que usava, começou a mudar para um tom mais escuro e parecia ganhar vida, pois se esticava cada vez mais, ao ponto de pelo menos em alguma parte do salão estivesse um pedaço daquela coisa que mudou para uma matéria negra.
—Slottsporten!
A cauda de seu vestido se transformou em uma espécie de besta, entretanto, era sombria demais para se ignorar e como se lesse os pensamentos de sua mestra, a coisa negra devorou o golem e apenas pedaços de panos velhos e fedidos ficou para trás. Após alguns segundos, a atmosfera sombria que se formou simplesmente desapareceu e Yenica abaixou-se e pegou seu leque.
— Sem mais… desvios.
Ela andou, sem olhar para trás e a nobre mulher de cabelos rosas, pela primeira vez, parecia totalmente perdida e sem seu ar orgulhoso de sempre.
Yenica não fazia ideia do que estava acontecendo, não estava esperando por nada disso e foi pega totalmente desprevenida. Na pior das hipóteses, teria que usar aquilo, algo que agradeceria se pudesse guardar para sempre de sua vista. Quando o Drow informou sobre a identidade daquilo, as coisas tornaram-se mais fáceis para ela, mas também a deixaram mais zangada.
— Quem você acha que é para apagar as luzes de minha casa em minha presença, seu golem fedorento feito de plebeus!? — gritou, batendo palmas e acendendo as luzes novamente, dando de cara com aquele monstro que julgou realmente ser feito de plebeus.
O primeiro ataque foi em sua direção, mas Galahad foi rápido em sacar sua arma e na defesa. A Azrael apenas levantou a cabeça de leve com as palavras do jovem:
— Acho que vamos que ter que descobrir se você consegue lutar ao nosso lado na prática, Yenica!
A situação não era boa e ela realmente precisava fazer algo se quisesse que sua mansão saísse ilesa e ela também, apenas de pensar em todas as coisas importantes para ela em jogo — seus móveis caríssimos e suas obras de artes raras — sentia sua cabeça doer, porém, quase lhe deu um ataque ao ver Yone prestes a riscar o chão do salão.
— Você vai realmente sujar o chão do meu palácio de giz?!
E por mais brava que estivesse, não esperava por uma resposta tão sarcástica dele:
— Eu normalmente utilizo minha própria espada pra desenhar os círculos no chão ou na parede, mas como não quero causar danos permanentes ao chão do seu precioso palácio eu vou usar o meu giz, que normalmente utilizo para testes, e que pode ser lavado depois. Você deveria me agradecer!
Pela primeira vez, a mulher nobre calou-se e mesmo que tentasse achar uma resposta do mesmo nível, sabia que agora não era tempo para isso e apenas virou o rosto e saiu cheia de orgulho. Novamente, o golem tentou atacar, entretanto, a música que Astoria estava cantando parecia surtir efeito e o monstro demorou para concluir tal ação, dando assim tempo para que eles pudessem fugir. Começando sua explicação, Yone foi inicialmente repreendido pelo garoto de olhos esmeraldas e depois prosseguiu. A ideia do drow era, de fato, boa… se tinha algo que tivesse que admitir, era que ele realmente tinha uma inteligência superior, mas nunca admitiria em voz alta.
Sabendo exatamente qual seria seu papel agora, fez o máximo possível para segurar aquele golem se sujar suas roupas, destruir qualquer móvel ao redor e sem bagunça seu precioso cabelo rosado, contudo, estava sendo dificultoso para ela fazer tal coisa e o resultado foi ela sendo lançada em direção ao drow que desenhava o círculo e que também foi hábil em segurá-la antes que caísse.
— Se você parar de cair em cima de mim, eu agradeço
— Ora! Pois então apresse-se e termine logo este círculo! – resmungou ela.
Após isso, o círculo foi concluído com sucesso. Astoria cantava uma música para deixar o golem relaxado e Yenica liberou um pouco de sua preciosa névoa rósea, apenas o suficiente para deixar o monstro confuso, afinal, ela também poderia afetar seus aliados; Yone energizou sua espada e o atacou, fazendo-o chegar mais alguns passos em direção ao círculo desenhado no chão. Graças a névoa, o golem não foi capaz de distinguir de onde veio o ataque e acabou por disparar do lado errado.
— Contrachoque! — Galahad aproveitou para repelir o dano do ataque de volta para o monstro, fazendo ele finalmente entrar no círculo.
O drow correu, colocando as mãos no chão e o círculo desenhado por ele brilhou intensamente, junto do golem que urrava à medida que era decomposto. O plano foi um sucesso, o monstro havia enfraquecido e diminuído de tamanho também, tornando as coisas fáceis para todos. Faltava pouco para ela ter paz novamente e ler seus livros.
—Vamos acabar logo com essa coisa! Ele está a tempo demais no meu palácio, está me irritando!
Pronta para o ataque novamente, ela percebeu que um dos quadros da parede estava no chão, destruído. Uma pintura famosa que representava as almas indo para o céu, para valhalla, lar dos guerreiros guiados pelas valquírias e escolhidos por Odin, mas para ela, representava tudo aquilo que ela conseguiu.
— Já chega disso! —soltando o leque que era um só consigo, ela olhou para o monstro responsável por tudo isso.
O longo vestido caro e de cores vívidas que usava, começou a mudar para um tom mais escuro e parecia ganhar vida, pois se esticava cada vez mais, ao ponto de pelo menos em alguma parte do salão estivesse um pedaço daquela coisa que mudou para uma matéria negra.
—Slottsporten!
A cauda de seu vestido se transformou em uma espécie de besta, entretanto, era sombria demais para se ignorar e como se lesse os pensamentos de sua mestra, a coisa negra devorou o golem e apenas pedaços de panos velhos e fedidos ficou para trás. Após alguns segundos, a atmosfera sombria que se formou simplesmente desapareceu e Yenica abaixou-se e pegou seu leque.
— Sem mais… desvios.
Ela andou, sem olhar para trás e a nobre mulher de cabelos rosas, pela primeira vez, parecia totalmente perdida e sem seu ar orgulhoso de sempre.
- Galahad
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Data de inscrição : 09/10/2021
Re: Oeste da Cidade
Ter Jun 21, 2022 1:25 am
Com o ataque de Yenica devorando o golem de trapos, o ar realmente ficou mais leve. O cheiro ruim ainda estava ali, mas os empregados dela lidariam com isso.
-Eu esperava que fosse durar mais, mas acho que assim é bem melhor. - O eleito líder do grupo se virou para Asdis. - Melhor agora?
-Sim... - Ela olhava para frente, hipnotizada. - Eles estão livres agora.
-Maluca...
-Espero que nunca mais pise em minha mansão.
E os dois nobres começaram a falar mal da garota por detrás dela. Ela não se virou, mas abaixou a cabeça e mordeu o lábio. Vendo isso, Galahad se aproximou e colocou a mão no ombro dela.
-O que importa é que eles estão a salvo agora.
-É, realmente. - Ela se virou para Yenica, que estava de braços cruzados e irritada. - O que foi esse ataque que você usou?
-Uma... Invocação, podemos dizer. Ela é excelente pra eliminar invasores irritantes que perambulam pela minha mansão.
Asdis se escondeu atrás de Galahad, temendo que a mulher realmente a matasse ali naquele momento.
-Tá bom, mas se não se importa Yenica, gostaria que fossemos para o lugar da missão. Ainda estamos sob um contrato, então precisamos cumpri-lo.
-Então vamos. Me sigam. - E a mulher saiu andando pelo corredor, com os três a seguindo.
Após um ou dois corredores, Galahad voltou a falar.
-Por acaso, você já sabia desse golem?
-Óbvio que não! - Ela realmente se ofendeu com a pergunta. - O que está insinuando, Galahad?
-Não estou insinuando nada, juro! - Ele mexeu os braços para negar. - Apenas acho estranho um golem ter surgido assim.
-Entendo... Bem, ele foi tão surpreendente para mim quanto foi para vocês.
O rapaz franziu o cenho, pensando. Tentava encontrar um motivo para que um golem invadisse aquela casa.
-Talvez isso seja uma consequência do Fimbulvinter... - Todos tornaram suas atenções para o Drow. - Bem, num dos livros que eu li em Svartalfheim, uma lenda falava que monstros começariam a surgir para matar aqueles que podem virar os heróis do mundo. Obviamente, se for verdade, vieram atrás de mim.
-Você é realmente cheio de si, drow... Bem, não acho que vieram atrás de você. Com certeza foi de G- mim.
-Definitivamente foi atrás de mim, Yone Antibes Scarth Roger MacAuley VIII, um alquimista, mago e esgrimista nobre de Svartalfheim.
-Acho que essa lenda é tudo que temos de pista, né... - O rapaz falou. - Espero que não seja verdade, se não nossa vida vai ficar mais complicada. E eu não quero salvar o mundo...
E assim saíram do Palácio de Azrael, com Yone e Yenica discutindo sobre quem seria o grande herói do grupo.
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